
Aquosidade
carmen l. fossari
Um lago imenso
Veio morar
Onde meus olhos
Lêem imensidões
Dos desertos que abrigam em silêncio
A tempestade
Sinfonia fina
Onde as desérticas areias
Valseiam
E já são cortinas
Que encobrem a membrana entre o céu e a terra
Das águas que profundas
Aguam todos os segredos
Os segredos
Secreta e aquosa opacidade
Das florestas verdes
Tão verdes de verdes tantos
Copas e galhos tocando
A beira do céu
Abismo de ser nada
Neste cosmos
Granulada textura
Fractais
Os sonhos todos
São um lago imenso
Paradas águas
Estanques Verdes
Frias areias
Desérticas
Sou o movimento que não engendrou
Seguir as margens do rio
E todas as águas formaram
Um lago onde habita meu coração
II
Desceu a lua uma secreta escada
Passos em prata alçou uma ponte
Convida-me vida a seguir
Um rio poerpassa
Caminhante
Movimentos
Um abraço e dois braços
Instauram uma matemática simples
Uma geografia sem bússolas
Antes e depois do lago
Todas eu refratárias
Habito o mundo
Dos aquosos sonhos.
3 de Agosto MMVIII
ILHA
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