domingo, agosto 03, 2008

Aquosidade



Aquosidade


carmen l. fossari

Um lago imenso
Veio morar
Onde meus olhos
Lêem imensidões
Dos desertos que abrigam em silêncio

A tempestade
Sinfonia fina
Onde as desérticas areias
Valseiam
E já são cortinas
Que encobrem a membrana entre o céu e a terra

Das águas que profundas
Aguam todos os segredos
Os segredos
Secreta e aquosa opacidade

Das florestas verdes
Tão verdes de verdes tantos
Copas e galhos tocando
A beira do céu
Abismo de ser nada
Neste cosmos
Granulada textura
Fractais

Os sonhos todos
São um lago imenso
Paradas águas
Estanques Verdes
Frias areias
Desérticas

Sou o movimento que não engendrou
Seguir as margens do rio
E todas as águas formaram
Um lago onde habita meu coração

II
Desceu a lua uma secreta escada
Passos em prata alçou uma ponte
Convida-me vida a seguir
Um rio poerpassa
Caminhante
Movimentos
Um abraço e dois braços
Instauram uma matemática simples
Uma geografia sem bússolas
Antes e depois do lago
Todas eu refratárias
Habito o mundo
Dos aquosos sonhos.

3 de Agosto MMVIII

ILHA

Nenhum comentário: