

23 de JUNHO
Carmen Lúcia Fossari
Dormiam os pássaros
Quando abri a janela incrustada
Entre meu coração e meus seios
Seivas vivas brotaram.
Despertos os pássaros
Que saíram a voar
No infindo céu de teus poemas
Em revoada, tomaram inteiro
Meu olhar.
Já era então a lua branca
A abraçar todos os pássaros
Que a mim fitavam na espreita.
O laço de cetim largava a ponta da lua
E beijava o sol no teu solstício
A linha do equador em mãos
De acenos buscava beira da Lua.
Ao sul do Equador
Bordou-se o tempo aos vidros
Da janela de meu corpo.
Uma tatuagem de neve e sol
De chuva e vento
De lua nua mergulhada
Nas águas pratas
Onde todos meus pássaros em vôo
Pousaram a sede.
ILHA. Manhã.
Um comentário:
Bebo desta poesia
Saciando a sede
Insaciável,
descanso do voo
que me quer levar à eternidade
e vivo camuflado de ninho
construído no sonho, de ambição,
esperando de asa quebrada
sem me conseguir achar, voando
no beiral de qualquer telhado.
Parabéns!
Belo poema!
joao jacinto
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