quarta-feira, agosto 27, 2008

VOLTEAR


Arte Fantástica -Bruno di Maio






VOLTEAR




carmen l. fossari
Nas idas
Da vindima
Vou ou sou
Ou estou ou vou
Uva bordeau entrelaçada
Maturando
Das macias mãos
Ao cacho recolhida
Ponto a ponto
Enleio de me leres.
A boca que saliva
Todas as sedes
Tramadas aos fios da seda colorida
Cedo a sede
Da volúpia de ir e vir
De ficar , de partir
De retornar
Tantas vezes .
Retorno macerada,
Borbulha o vinho
Escorreito do meu leito.
A liquidez que embriaga
Não é minha
Sendo d.eu a ti pertence
E não sabemos
Onde a volta é prenúncio
De partir
Gira o dia
volta a lua
outro dia e mais um dia
só a lua permanece em tatuagem
embevecida de assistir
a dança cósmica
de partir
e voltar
que tanto somos.

3 comentários:

CARMEN FOSSARI disse...

poema " a joke " de cmentários andatinos um verso que faz nascer outro, do JMJ e CLF.

joão m. jacinto & poemas disse...

Este é o lagar
onde se faz o bom vinho;
mui nobre casta!...

Poemas que bebo
e me embriago de sabedoria!

Uvas pisadas pelos pés do mundo,
descritas por suaves
e tão imaculadas mãos.
Atentamente
procuro responder
ao bordô
de tão profundo
e sentimental néctar!



joão m. jacinto



Parabéns!

Saúde!


bj,


jj

CARMEN FOSSARI disse...

O néctar em nuvens de pirilampos
acendeu o paladar da noite
o bordô
bordei com o fio da alma
n corpo fagulha de tantos meus quereres
só a lucidez entorpecida
embebeu-se entre tantos desatinos, das tinas ao vinho posto
do gole que não bebi
do vinho que envelhecemos
para o saborear as essencias
no frescor do instante agora


João M Jacinto...
as palavras vão e vêm, alguns poemas daí chegam, daqui partem, uma viagem de palavras.Obrigada

e A VOTRE SANTÉ!!

bjs

carmen