segunda-feira, janeiro 07, 2008

SÍNDROME



SÍNDROME

carmen fossari

Porque eu te amo
Eu te amo e não te amo
Não me amo e te amo
Se te amo , amo eu a mim
Em sendo vista de eu mesma
Por olhos outros que não meus

Não te amo e pouco de eu sei-me
Diluo-me fractais na espera de todas as faíscas
E fagulhas
Advindas do relógio tictateante da vida
Que avança
E eu páro
Páro porque não te amo
Não te amo e te amo

Movimentos
Que selam corpo meu
Sorvendo ao cálice da aurora
Quando adentra na janela
A luz diáfana do chegado amanhecer
Depois de beirar
Os astros.
O infinito é um rastro
Que cabe na palma da tua mão quando
Em meu corpo penso ser a ave
Que pousa tênue
O canto do mar
Entoa a loa nua
De que eu te amo
Assim despudoradamente
Livre
Lascívia entrega que recebe
Teu estar, esgar e
Esgueiro no amor
O sabor puro do mel
O favo nacarado das abelhas sou
E abrigo tecendo de colméias
O abraço de teus braços
O beijo de teus beijos
O corpo de teus corpos
Quando mais de um
Em tu mesmo te habitas
Por isto que te amo mais que tudo
Por isto que te amo suavemente
Apressadamente, calidamente
Torrencialmente, urgentemente
Eternamente
Cândida e voraz


Em te amar, eu te amo, e não me amo
E amo não te amar e te amar.

2 comentários:

joão m. jacinto & poemas disse...

A poesia é o dialecto da alma,
o amor, o diálogo dos corações!

Bela poesia!
Parabéns!

Grato pelo comentário postado em meu blog.

Abraço poemas,

joão jacinto

CARMEN FOSSARI disse...

SEMPRE UMA EMOÇÃO, SUA VINDA AO ARMAZÉM,
FICAM NAS PAREDES O AR IMPREGNADO DA PRESENÇA NAS ARGAMASSAS QUE SUSTENTAM O EDIFÍCIO.
O ARMAZÉM AGORA TEM EM BLOG UMA edÍcula :TATUAGEM, PROSSIGO ARANDO
AS TERRAS DE MEU VENTRE POESIA, VEZ E OUTRA NASCEM POEMAS, OUTRAS APENAS ESCRITOS, MAS CADA VEZ QUE ADENTRA O MENINO DO MONTIJO, NESTA "QUINTA" COLHO DA PRIMAVERA
A FLOR POEMA, OBRIGADA,
BJS
carmend.arandafossari