segunda-feira, maio 21, 2007

se

SE

carmenfossari

Se eu pudesse seria poesia
Tecida num xale de afetos
Bordada em flores e mais leve que a pluma
Tocaria a borda de tua epiderme
Num sopro suave tentaria afastar
Os zéfiros ventos de vida e ser

Se eu pudesse carimbaria de sorriso feito
A imagem de estares agora e depois

E acaso a vida deixasse
Seria uma chama que ao consumir
Um rarefeito ar
Pouco a pouco deixaria de ser
Para que o calor te abraçasse inteiro


E já não mais sendo saber a si
Unificado, meus pedaços de não mais ser
Transformar-se-iam em cânfora para reconfortar
Teus pés de pisadas estradas em arenoso
Traçado a solapar a bússola que indica o caminho das estrelas

Nada posso e tudo quero
E quero para que possas vagar como
Os vaga-lumes que nos trazem pontos de luz na noite escura
Como se abelha tu homem também, fosses capaz do mel
E do favo doce, prazeirando a vida

E se assim te soubesse, já me bastaria saber a mim
Uma ponta da estrela guia,
Esta mesma que te há de devolver
A si em tu mesmo de estares
Plenamente tu, nu de dores
No dorso do amanhã, que te espera.


Ilha 21 de Maio MMVII




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