quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Tenho o prazer de viver algumas importantes experiências teatrais,nascidas com objetivos de congregarem comunidades, e aqui pontuo a diferenças ente o publico que consome arte e cultura,( evidente que não os excluo sob qualquer hipótese) mas reverencio aquele saído coletivamente da mesma geografia, onde se preservam identidades culturais , do ser coletivo.Cito algumas experiências como as vivida junto ao Teatro LA CARRETA, em Santiago de Chile, muitas vezes, nos ENCONTROS DE TEATRO POPULAR LATINO AMERICANO e em vários países das Américas Latina.A experiência mais marcante acredito tenha se passado na Ponta do Sambaqui. Relembro inicio década de 80, ditadura militar, um grupo econômico forte, por benesses , da corrupção então escondida nos porões da não liberdade de imprensa, escolheu o paradisíaco espaço da PONTA DO SAMBAQUI para privatizar e criar ali um estabelecimento particular, excluindo da comunidade seu coração geográfico de natureza e beleza, uma das pontas que beijam o mar, da Ilha de Santa Catarina.Alguns líderes da comunidade e o Grupo Pesquisa Teatro Novo, que criei e dirijo, interferiram através do teatro num mágico momento de organização e resistência popular..Assim que numa noite me vi a encenar ,com o Grupo Teatral,”Terra de Terrara” texto e direção que assinava,tão logo chegara de uma temporada no RJ e SP, com a referida peça, cujo tema tratava, exatamente, das artimanhas dos latifundiários para irem se apoderando das terras... afinal... quem é dono das terras?A visceralidade do tema casava com o problema ali vivenciado. Pois junto à comunidade por um bom período voltamos com teatro de bonecos, semanalmente, a reunir a comunidade, sempre com a certeza de resistir à privatização da Ponta do Sambaqui. Acredito que naquele momento nascia a primeira entidade forte de Associação de Bairros da Ilha, se não a primeira, ao menos a primeira que de fato lutava coletivamente, isto posso garantir...

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