domingo, julho 26, 2009

ROSALINA: Uma epopéia, um buque de três Rosas.









ROSALINA: Uma epopéia, um buque de três Rosas.

Carmen L. Fossari
Rosalina
Uma rosa pulando na linha
Das horas, foram três, ou melhor, são três
Rosalinas com quem me encontrei
Viandante, aos dias de ontem e hoje.
Uma vez uma personagem: títere,
Ou melhor, um boneco de vara
Que construi aos tempos de estudante
Na universidade,
A construí, uma Rosalina
Toda de sucata.
A cabeça ovalada,
Nasceu do plástico transparente
Que envolvera um ovo de Páscoa,
Recortadas as rebordas
Eis a cabeça, não oca,
Boca pintada de rosa
Depois de papietada e colados cabelos com fios
De um novelo de lã,
Depois a tinta cor de rosa ganhou aderência no rosto,
Mãos cor de rosa, unhas mais rosas ainda.
Vestida de cor de rosa, flor da mesma cor um pedaço de tule
No mesmo tom, tonalizada minha personagem
Era de fato um encanto, embora a intenção dramática
Pensava esta Rosalina com vida teatral ao oposto
De seu invólucro cor de rosa, ela foi criada
Para um teatro de protesto, político
Se ela em forma final de Rosalina sugeria doçura, afetos e
Ao palco e ruas ela evocava em improvisos, o olhar equivocado
Dos que geriam pastas da área da cultura, que se deslumbravam
Com o brilho e esqueciam a vida dura dos artistas e produtores
Que não coadunavam com produções da mass mídia,
Penso que com algumas honrosas exceções
Rosalina teria vida fértil aos dias de hoje

A segunda, uma ROSALINA
, meiga e querida,
Trabalhadora da Universidade,
Mas destes contratos terceirizados,
Onde trabalham muito e ganham pouco,
Tem a paciência de adentrar na sala aonde construímos:
Bonecos, cenários... Objetos para a luz negra...
E lá imbuída de uma alma cor de rosa, organiza nossos desfeitos
E o faz repleta de amor.
Às vezes penso que ROSALINA
Poderia ficar amuada, e seria justo!
Com tantas pequenas tralhas que se acumulam, mas não.
Ela sempre tem boa vontade, uma palavra de compreensão
E a estimo com fervor e agradecimento, por sua generosidade.
Esta é segunda Rosalina que em caminhar vida em dias
Me encontrei ao destino
Mas um dia, antes de ontem
Para ser precisa
Sem o esperar, me surgiu um Rosalina
Um ROSALINA?
Sim a terceira personagem tem o nome ROSALINA
Mas nem de todo assim o é,
Vem evocando da Rosalina
Ser propriedade nominativa
Trata-se de Manuel da Rosalina
Um querido poeta lusitano
Que homenageia o trisavô
E o Bisavô
Portanto falo da terceira personagem de um personagem terceiro
Manoel da Rosalina III
O avô tinha por conhecimento ser o
Manoel. Filho do Manoel da Rosalina
Exímio músico de Guitarra Portuguesa
Convite não lhe faltou para gravar na Espanha,
Digo do Roslina II
Mas olé... Se o disco não foi gravado
Gravou em sangue outros músicos
O pai, Manuel I, filho Manuel II, e o trisisneto, porque o bisneto...
De Música só nas palavras
Que de escritor se fez, mas dos versos
Aonde a poesia evoca
Ser o sereno Manoel da Rosalina
E Rosalina se ala
De cor de rosa colorido
Pintando uma estrada de rosas
Prá esquecermos espinhos, prá sermos
Da vida uma construção de ternuras.


25 de Julho de 2009
ILHA

3 comentários:

Manuel da Rosalina disse...

E por que Rosalina significa; generosidade, cortesia, caridade, companheirismo... Eu diria que a poeta também tem uma Rosalina na alma!
Parabéns, pelo seu buquê de três rosas; agora quatro, com mais esta que lhe ofereço!

Grato pela homenagem e pela belíssima poesia às Rosalina da sua vida!


Abraços-poema,

Rosalina III

CARMEN FOSSARI disse...

Modifiquei por fim às aparas "familiares!, entre trisneto e bisneto...
Voltei ao poema talvez pelo perfume da rosa que recebi do Rosalina III

Abraços rosalínicos
Carmen

Manuel da Rosalina disse...

Olá, Carmen!

Grato pelo comentário!

Estive sem net. De vez em quando este computador falha.

Bom fim-de-semana!

Abraços rosalínicos!

MdR