quarta-feira, dezembro 31, 2008

INVENTÁRIO 2008


INVENTÁRIO 2008
Ilustração do Magico SALVADOR DALÍ.
Carmen Lucia fossari

Fechei meus olhos
E percorri os passos por onde fui
Andante
Caminhante
Errante
De sabedorias
De enganos
De alegrias
De risos incontidos
De aventuras mágicas
Encantadoras
Nas ruas percorridas
Aos 365 dias últimos
As tempestades tornaram
O pisar ao solo
Tarefa difícil foram momentos
Alguns os prolonguei, por algum mecanismo
Do inconsciente, que deverei aflorar
Como uma luz, vaga luz na escuridão.
Não seria mais fácil ter
Tido a lucidez de
Atravessar a rua?
Penso agora
E entre o pensar e o “agido”
A tênue fraqueza de meus seres
Vou então à busca de outro traçado
Estive num quarteirão belo, sagrado
Inesperado, penso mesmo que aquelas ruas
Vieram ao meu encontro, não me lembro de ter
Ido ao seu alcance
Abraçou-me a vida de uma ternura em
Música tão bela, que ainda ecoa em meu ser
A voz no palco entoando:
“naquele tempo as ruas tinham flores”
Aquele tempo retornou-me como
Um milagre de reencontro
Que penso foi mais sábio
Deixar ao sabor do encantamento
Pisam meus pés num sonho belo
Que mantive, e literalmente
O construí, agradeço ao universo
Ter sido conspirador do meu acalentado desejo
Que edifiquei ao sabor prazer
Que ser feliz é um mimo que devemos
Manter
Embora ao cotidiano o universo de tantos sem nada,
Faz a outra metade de meu ser
Permanecer ao olhar atento
Almejando o mundo das mesmas oportunidades para todos!
Caminhemos todos na direção deste coletivo
Como a pomba branca da Paz, desenhada por Picasso.
Ela em asas leves e brancas sobrevoa meu pensar.
Voam sobre meu pensamento momentos tão belos
Caminhadas aos palcos, a criação, aos encontros,

Aos poemas que nasceram muitos em parceria
Construída além mar, entre traçados internéticos
De pele e tatuagens do sem tempo
Ao confim dos tempos.
Ao amor que é uma dádiva ao milagre da vida
A liberdade de ser e tentar espraiar-me em estar em todas
Minhas arestas
Sempre determinantes ao meu caminhar
Talvez precise ainda conseguir estar mais serena
O que o outro faz, não pode doer em minha pele
Tatuar-me com mais imparcialidade
Uma tarefa que proponho
Aos próximos 365 dias
No entanto sei ser difícil
Pela visceral idade que
Assoma todos meus fractais eus
Pulsa cores onde caminho
Vermelhos pulsantes, azuis de mar
Brancos de recostar-me
Laranjas e amarelos onde me diluo
Prata cor argêntea de todas as luas
Que me seguram por um cordão
Os Sonhos e os passos
Que ainda estou a caminhar
Ao ano novo
Obrigada seres especiais com quem convivi

Em caminhadas tantas
A dimensão do humano
Em construir-me, vos devo,
Amo!


Este Inventário haveria de ser uma resposta ao belissimo e raro comentário do Poeta Astrólogo João Jacinto deixado em seu Blog de Astrologia e no Armazém, e qdo percebi de tão denso seu comentário de tão mágico falando ser ele um Rel0j(h)eiro, que aquele lirismo
provocou-me este INVENTÁRIO 2008, embora fugidio ao texto que me propunha dedico-o
ao Menino do Montijo, FELIZ 2009!!
bjs
Carmen

4 comentários:

joão m. jacinto & poemas disse...

Trezentos e sessenta e cinco graus de consciência,
Construídos desde, à beira de quaisquer acordar,
Lucidamente desperto à experiência das diferenças,
De entendimento, por também me compreenderem,
De amor justo, criado ao direito de primeiro ser,
Até às dores da alma
De noites e tempestades por sarar,
Escondidas e perdidas no tempo.

Trezentos e sessenta e cinco graus
para sempre ser trabalho e caminho.

joão jacinto

joão m. jacinto & poemas disse...

Grato pelo feiz poema!

Um ano de 2009 a trabalhar na construção de toda a felicidade!

bjs

jj

CARMEN FOSSARI disse...

Belo poema , tão belo e intenso como uma aurora boreal, que persigo.
Obrigada .
PArabéns João.
bjs carmen

joão m. jacinto & poemas disse...

Esta dualidade entre o que idealizamos e a verdade de nós por descobrir. É este o preço da consciência, ganha na evolução e que nos faz ser diferentes de tudo, mas também responsáveis por quase tudo.

Bjs,

jj