segunda-feira, maio 12, 2008

Contradições e justiça


impressionante este fato, mulheres encarceradas nos ensinam ... repensar nossa convivência com o preconceito!




Contradições e justiça
Carmen L. Fossari

Uma notícia na imprensa brasileira, me assaltou de tamanha inusitada surpresa que fiquei a pensar no preconceito e em como usualmente armazenamos informações e, catalogações viciosas, que referendam equívocos coletivos.

O fato
Após a barbárie de um casal classe média alta, tirando a vida, jogando pela janela (evidentemente na tentativa de criar álibis de suas inculpabilidades) uma criança de cinco anos de idade, sem derramarem um pranto, os autores deste ato macabro, o pai e a madrasta orquestraram uma estapafúrdia tese de inocência e para tanto chegaram a tentar incriminar trabalhadores humildes como um porteiro e daí inúmeros atos que apenas referendam a frieza, a certeza deles que comprarão a justiça e provavelmente o reino dos céus.

Aliás, no Brasil o reino dos céus, existe para uma minoria, que sente estar acima do bem e do mal, vivendo duas vidas a social de ostentação e a outra de ruelas e atividades torpes, vez e outra noticiam os jornais
festas espetaculares, e meses depois vemos aqueles ostentadores anfitriões presos por tráfico de drogas,contrabando, sonegação fiscal e aí segue o corolário..

Na ilha. Algumas vezes isto tem ocorrido. também (que pena...)!
Todos silenciam em nome das aparências e vamos seguindo a vida,o inconsciente sedimentado o status quo como essências, aquilo que aparenta, o que tem, o que parece ser, o que se vende de visibilidade!

O ato que derrubou todo meu arquivo inconsciente


Outro dia,noticiaram os jornais, que o presídio feminino não aceitara a presença da tal madrasta assassina, e dias depois, no presídio masculino, outra reação contra o pai que com expressão de “atoleimado”, mente em se dizer inocente, mesmo diante dos laudos que o incriminam (nenhum arrependimento e cadeia com privilégio de ter sido universitário... absurdo!)

Quando soube isto, outra vez fui tomada por lágrimas, a humanidade ainda tem solução...
Presidiárias e presidiários, os detentos , a quem depositamos como seres abjetos, lá naquele espaço que nada são. senão um numero que atesta suas condições de excluídos"eternamente" pois que são criminosos...

Pois que ao, se rebelarem contra a presença destes seres sem nehuma compaixão, assasinos frios e calculistas neste gesto coletivo humilde e de humana atitude de refutarem a presença dos hipócritas assassinos ao meio deles, pontuam que sim errar
Humano é, mas nem por isto deixar o coração endurecer, mesmo dentro da prisão.

Agradeço aos detentos dos presídios feminino e masculino que nos tenham sacudido o coração, que o problema não está no errar, mas sim na humildade de reconhecer e se arrepender do erro e mais que isto, o fato de estarem pagando por seus erros, não lhes endureceu o coração, nem mesmo a solidariedade da dor alheia. Obrigada á vocês. Que me tiraram da cegueira inconsciente, sedimentada de os verem na ficha excluídos. A ATITUDE DE VOCÊS DIGNIFICA O SER HUMANO!No erro a humildade do arrependimento, na dor, não esquecer a solidaderiedade.


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PS:

- faço questão de comentar do plano inconsciente, pois na razão, acompanho com avidez todas as experiências desenvolvidas no intuito de regeneração dos detidos, especialmente quando lhes oportunizam arte.(cf)

2 comentários:

Marls disse...

Oi Carmen,
estive com o Jairo em Sampa.
Estou em casa. vlw.

CARMEN FOSSARI disse...

ELE ME CONTOU... ESTOU CURIOSA PARA SABER O QUE ELE FALARÁ DE NOSSOS TEXTOS...
SERÁ QUE ESTAMOS ENVELHECENDO RSS?VIRANDO TESE DE DOUTORADO.... PREFERIA COMENTAR NA CALÇADA DESCALÇA ENTRE A MOLECADA RSSS...

TUA DRAMATURGIA FOI E É MARAVILHOSA. INTÉ

BEIJM
carmen