segunda-feira, abril 07, 2008

LIMIAR




Limiar
carmen l. fossari
O ar sorvido
Não clarificava
Aquele estar
O mundo todo
Pesava na lassidão
Impregnada aos ponteiros
De um relógio deixado
Ao lado
Que fosse a cama uma mortalha
Que o sol detrás da janela
Ali estava
Que o fora de chuva e vento
Dia ou noite
Tudo seria nada
E o nada de sentir
Sabia era tudo
E era nada
Três vezes
Soava o termômetro
Digital, e digitalizava
Mais que um corpo febril
Todas as causas de ter
Se permitido adoecer
Tudo poderia ter sido
Ao rio de motivos
Não risíveis, estafa,
Stress, absorção
Dos males do mundo
Contrariedades d seu pequeno mundo
Aos poucos o termômetro
Cedia aos medicamentos
Ao repouso absoluto
O dia amanheceu
Após dias tantos
Todos de eternidades vãs
Tocando a borda de seu corpo
Como se uma revoada de pássaros
Lhe retirassem um véu
De sentença mortal
Postergaria o fim derradeiro
Que agora já não teria tempo
De não ser feliz
A vida novamente lhe abraçava
Como um segredo de alma
E prazer, como a alma de todos os sonhos

Ilha 7 abril MMVIII
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