NÁUFRAGA
carmen fossari
A concha fechada era meu corpo
De algas envoltas
Espumas do cansaço
De ser mar
Volteio as ondas
Antes de se findarem na areia
Areia sou eu, dos ventos
Que me levitam sem pisar
Em solo algum
A água do mar eu toco
Mas não escuto a música
Murmurar na noite fria
O frio é minha alma
Que se espraia em ondas
Antes de amanhecer a primavera
A primavera é minha espera,
Quando as conchas do mar
Cospem as pérolas
Pérola sou eu em fogo
E mar forjado ao nada
Fogo já fui
Que o mar, deu-me o derradeiro fim.
Fagulha d água eu renasço
Na gota de fogo e ferro
Que macera o meu viver
Pedaços das algas
Lançam a rede em minha alma
Cativa em rede desconstruo
O corpo em concha
E em chamas as fagulhas d água me
Resgatam,
Não sou mais náufraga
Apenas nado ao nada
E flutuo.
22 abril MMVII
ILHA
2 comentários:
É bela e envolvente esta canção do mar.
Um canção melodicamente triste, com acordes de espera, notas ritmadas de ondas intercalando com pausas de saudade, harpejos de algas, enleies ao casulo concha em clave de fá, quando a linha é a do Sol, na máxima extensão das oitavas.
Andamentos de felicidade,
joão jacinto
João,
Tiras música destes versos tristes
ANDATINNO,e na extensão das oitavas a Clave de Lua, se promete
à Si ,bemol.
Pausa, ritmos , musica.
Flutua agora não meus desencontrados estares,sim,as flautas dos ventos que as tocam, já não me sei náufraga ,ouço do mar ,tu que és movimento, palavra e música. Obrigada .
bjs
cl
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