quarta-feira, novembro 29, 2006

O que fica de nossos passos

A vida tão breve
Voamos quando deveríamos caminhar
E às vezes paradas na estrada
Deveríamos apenas atravessar uma rua
Mas os cruzamentos
Nos traem e atônitas
Já não sabemos o sentido da direção
Da mão que amparou e se afasta
Do abraço amigo que se reteve
Antes de percebermos
Que o outro, pode ser às vezes tão difícil como
Atravessar uma avenida com quatro pistas
E duas mãos
Longe da sinaleira
No horário do rush
Carros odeiam transeuntes
Dentro deles
Os mesmos tropeçados pés

O caminho até o outro às vezes
É mais difícil do que
Seguir dias e noites a caminhar
O outro nos surpreende
Com o seu melhor que nos encanta
E com o seu pior que nos fere
E quando a dor nos alcança
Dói a ausência do outro
Aquele que um dia amparou

Mas o que fica dos nossos passos?

O tropeço nosso esquecemos breve,
Talvez quando esquecemos o tropeço do outro,
Quando seu passo deveria chegar-nos
E se vai
Talvez neste momento
O perdão faça do instante breve da vida
Um momento eterno de amor...

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