sábado, novembro 04, 2006

AGUAS DE OUTUBRO

por Carmen Fossari

Um dia a esquina da vida
Tropeça o passo
Rasga o dia de cotidianos
Previsíveis
Chove dos olhos
Sal e gotas
A roda do destino fere
O dedo das mãos
Tão frágeis, feito pedaços do cristal

Hoje e Ontem se maceram
Do vazio da ausência
Da recente presença
Dos Universos compartidos


Recosturar os pedaços
Das humanas temporas
Caídas com a tormenta dos ventos
Molhar a dor no lago
Aberto de vazios
Cobertos de outras águas
Aquelas do rio que segue
Sabendo ser seu destino
Avançar por entre as pedras
,Afluentes difíceis
Ser em volume e densidade
Capaz de abraçar o Mar
Nascer o Sol
No amanhecer
Abraçar a Vida
Assim como o rio
Que beija o mar
E se esquece
Reconstruindo-se da mesma água
Em oceano pleno.

poema que dedico a uma artista portuguesa, tb historiadora, num momento delicado que atravessa, com muita dignidade.
-

Nenhum comentário: