quinta-feira, setembro 07, 2006

outro dia

carmenfossari

Como um pássaro saído
Estancado o vôo
De dentro do peito
Na noite mais íngreme
No solo caído
Tuas mãos o alçam
Rompem
Das marcas e feridas
O capaz de renascer emVôo,
Fênix!
De vítreas asas
Lapidados cristais
Alados
Raspando a noite
Bordada de som
No varal pendurado
Um pedaço do céu
Estrelas cadentes
Cruzeiros do sul
Cometa na alma caindo
Como se fora balão
Feito de papel de seda
Coloridos.
Tuas mãos o recolhem
No quintal da casa
Outro dia, habitamos
O amor
Fecho a janela ,
Antes espreito o balão a subir
Subir, não vejo o pássaro caído
Na noite
Sequer tuas mãos em meu corpo
Banhado de luz e alma
Amanheço no sol acordando
Escuto tua voz, tão longe
Nos olhos fechados já sei
Voltas em imagens
E o pássaro já canta no beiral da janela
Mas não és tu,
E a primavera prenuncia
Chegar, antes da noite fria.

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