sexta-feira, setembro 13, 2019



         Exposição em Brusque da Ceramista e Cult Vania Gevaerd
          Curadoria de Carlos Franzoi , na Livraria GRAF, segundo piso
      
          por Carmen L Fossari


      O barro amalgamado , as formas , as disformas,a infância presente , 
no móvel feito pelo avô, ele um artista da madeira, que lhe presenteou com
uma penteadeira, ela ainda menina. Móvel trazido à exposição, rodeado 
por esculturas de tranças de cabelos, memória da mãe, que ficava a pentear os
cabelos da menina em puro afeto. Toda a exposição , resgata a sensorialidade  
de como Vania vê , idealiza e reage ao mundo real, concreto, embora viva em
pensamento no mundo das artes, e por ele luta em Brusque, onde encontra
mentes que apoiam a arte como o casal Graf e como em todas as cidades desse 
estado outros  nãos que com certeza  ainda irão virar sim à arte, ,à liberdade 
de expressão , à vida!!!
Brusque particularmente , me é muito especial, terra de minha mãe e de parte de 
minha infância mágica(férias) , repleta de pessoas incríveis. Busque com arte, 
melhor ainda!

A curadoria é impecável : Carlos Franzoi @franzoi.carlos, membro da Academia 
Catarinense de Letras e Arte /ACLA . Somam-se as visões de arte e do mundo da 
artista e do curador resultando numa exposição com nichos muito bem estruturados  
conceitualmente em consonância com as esculturas de Vânia. Há no todo 
coletivos de esculturas que múltiplas , são agregadas em um espaço e depois são
espalhadas por outros de tranças, moscas,
madonas, cães, formas humanas que se transmutam, tal qual a vida que também
se transforma ao passar seu tempo.
Leve e profunda, barro macerado com textura de porcelana , vidro espelho 
do mundo interno repleto de essência da Vania.
Ceramista e Cult, uma personalidade de Brusque que orgulha Santa Catarina
Uma visão critica e lirica do mundo , da sociedade , memorialista e futurista,
um ser em construção que se reinventa nas formas do barro.
As madonas, e a profusão de cães com quem a artista diz aprender,uma 
mandala de cães e uma “ colméia “ de moscas ,essas que sugam a carne humana...
Lembrei do poema de Neruda: “ A United Fruit@Co.”: ...Moscas Trujilos...moscas
úmidas  de sangue humilde e marmelada,moscas .. que zumbem sobre os
túmulos populares..
Mas as moscas da artista são também como que se transmutassem na arte, pela 
denúncia ,andorinhas, abelhas .a capacidade de resiliência....

Parabéns Vania e obrigada por essa arte de barro que nos remete ao

. humano que ainda pode sobreviver mesmo nesse caos que vivemos .


Ilha 13/09/2019






     "Mandala"de cães,  a natureza celebrada pelo coletivo, um não ao individualismo,um sim ao coletivo, respeito aos animais e um alerta sobre o humano que tem  estado desagregado de sua nautureza celebrativa de ser um ser para viver no coletivo,na sociedade com direitos à todos, sem excluídos, respeitadas as diferenças !






   
      Uma "colméia de moscas", presentes no dia a dia   ... mas  pela arte  são  também um coletivo de asas, que podem alçar outro voôs.


Barro e arame, formas humans que se desconstroem e voltam a ser  únicas, em dueto 
com outra obra, como um negativo e positivo, yn , yang.


A  penteadeira  herdada do avô,  arte e memória, afeto que permaneceu.

As tranças , que a mãe da artista penteava, as esculturas em barro com
  textura de porcelana. Uma selfie em barro tridimensional  do passado
que ainda vive pela arte!




                           As  mandalas  do feminino


  

























Metáfora do cérebro que se deteriora pelo tempo (alzeimer), a falta da memória
a artista transforma em flores, sobre ânforas
Três esculturas, um conceito forte e poético


O estar e ser artista, a interrupção da moldura, a obra nunca está acabada, o arame e o barro

o equilibrio e o estético, as sinapses, o tempo presente que é a matéria prima .O barro
quase como mum pretexto, pouco, mas pontuando a vida que é amalgamada!
Pura arte!!
















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