terça-feira, janeiro 16, 2007

Alguns abandonos- brazil wonderfull!!!

carmenfossari

Minha mãe é a placenta inchada
feito lua escondida
porque, por que
há o trabalho de sol a sol
há o sol
varrem ecos as multidões
para outro o lugar
que não este .
Meu pai


é o esperma
espremido nos muitos
e tão poucos
ônibus , trens , calçadas
Eles também o são
o não salário uma vez e
outra o pouco
que
driblam na produção
fantasmas
do desemprego
o sub -emprego
é empregado
e pregado ( ais )
de sol a lua e chuva
e vento e frio
Meus irmãos
são dedos
têm famintas mãos
e tateiam
os vidros das confeitarias,
confetes do carnaval da infância,
e desejam tocar no açúcar ,
sugar o doce
açucarado
que derrete aos gritos
donatários dos Donos das Notas
em notas nas caixas que tilintam
doces amarguras para eles :
Oras, f, f, f , foora, ruaaaa !
Meu eu
partilha
alguns cantos quentes
de sóbrios lares
mas Péra aí , se

eu pular
este colchete
este muro
esta ponte
esta porta
( que aprendi
dever ou poder ( imperativo )
mais que um roubo
terei não mãe , pai , irmãos,
estatais prisões
mas
o roupão,
o pão

PS : desculpa se não te acaricio, é que tô de fome
e tem só um vidro na minha frente, ........

3 comentários:

CARMEN FOSSARI disse...

um dia, todo dia, uma criança, está a mais na rua!!!Isto é imorl, o abandono das nossas crianças!!!

joão m. jacinto & poemas disse...

Belos são os poemas ditados
pela voz da tua alma.
Gritas teus ais,
teus lamentos,
as saudades,
escreves
os momentos...,
e tanto mais
ficará por dizer
sobre ti
e tua ilha.

O tempo o dirá.

joão jacinto

CARMEN FOSSARI disse...

Hoje 16 de fevereiro na madrugada que anuncia o dia, leio teu poema
o tempo dirá dos caminhos dos ais
das dores , da ilha,do que sequer escrevi de minha errante alma , que se espraia, nos versos da alma tua.

cf.
tu